Ao regressar a Braga das mini-férias da Páscoa, assisti a uma situação caricata relativa à gestão de autocarros e passageiros. Como se compreende, a maior parte das pessoas decidiu ficar o domingo de Páscoa na companhia da família e rumar aos respectivos locais de trabalho/estudo/etc. apenas na segunda-feira. É um facto compreensível e previsível. Só parece não o ser para as empresas de transporte rodoviário de passageiros.
Ora, entrando no autocarro no Fundão, constato que este já se encontra quase cheio, facto não muito habitual quando antes há apenas uma paragem (Castelo Branco). Em quase todas as centrais se vêem multidões de passageiros à espera do seu autocarro e, chegados a Viseu, verifica-se que os passageiros eram mais do que os lugares disponíveis. Desta forma, com todos os lugares ocupados, seis passageiros vêem-se "aconselhados" a viajar de pé, em plena auto-estrada, entre Viseu e uma estação de serviço perto de Mangualde, tendo-lhes sido dito que nessa estação haveria um autocarro disponível para os receber. Além disso, foram também "aconselhados" a deixar toda a bagagem, incluindo bagagens de mão e computadores portáteis, na mala do autocarro (apesar de todos os outros terem pelos menos os sensíveis computadores lá em cima), uma vez que se "apanhados" os motoristas são multados em 200 e tal euros. Mudados os passageiros na estação de serviço, a viagem continuou, já com bastante tempo de atraso, como se conclui. Como se não bastasse, a utilização do telemóvel era frequente ao volante, sem qualquer tipo de auricular ou aparelho Bluetooth. Ou seja, ser-se multado por causa dos passageiros não, mas por falar ao telemóvel enquanto se conduz não faz mal... Nem faz mal levar seis passageiros de pé pela auto-estrada fora...
O que eu quero dizer é que se a gestão fosse eficaz, nomeadamente os sistemas de venda de bilhetes, nada disto teria acontecido. Bastava haver um sistema informático que controlasse o número de lugares disponíveis em determinado autocarro/percurso (já que fazem vendas de bilhetes pela Internet com sistema semelhante). Seria mais fácil haver um autocarro disponível logo que os bilhetes esgotassem no sistema, para poder responder às necessidades dos passageiros. Assim, evitava-se todas aquelas infracções feitas "à portuguesa" porque não se planeia as coisas a tempo nem há capacidade de previsão. Fica o reparo...