Estágio

21/02/08 · · 2 comentários


Dei início ao meu estágio curricular, com a duração prevista de quatro meses, no dia 18 de Fevereiro, na INOVTRAD - uma jovem empresa de tradução, formação e serviços sedeada em Braga.

De entre os
objectivos para o meu plano de estágio destaco os seguintes: tradução e retroversão (em Inglês e Francês), organização de memórias de tradução, elaboração de glossários e base de dados, e formação em ferramentas de tradução (CAT tools).

Como é óbvio, conto dar 200% de empenho e dedicação, com o objectivo de cumprir tudo o que me é proposto e de construir uma sólida bagagem e experiência nesta área.

Portanto, se andar um pouco ausente destas andanças do sub-mundo dos
blogs, já sabem o motivo! :P

Pensamento e linguagem

03/02/08 · · 0 comentários

Mais um artigo que me pareceu interessante e recolhi já há uns tempos. Sobre a formação da linguagem e a possibilidade de um dia podermos ler pensamentos. Um misto de polémica e de futurismo a propósito do tema dos estudos cerebrais.

Tim Crow
Em breve seremos capazes de ler pensamentos
As ideias nascem num hemisfério do cérebro e, depois, são transformadas em discurso no outro. Graças aos dois compartimentos de massa cinzenta que temos dentro da cabeça, somos diferentes dos chimpanzés. E, precisamente porque pensamos, já estamos próximos de compreender o berço do pensamento, sugere o investigador britânico


Tim Crow é polémico, mas defende as suas ideias com uma calma e clareza que impressionam. Conversamos com o psiquiatra inglês no Centro de Estudos Portugueses do Instituto Camões em Oxford, em Inglaterra: ele fala num tom baixo e compassado, discorda da teoria evolucionista de Darwin como quem está a contar uma história às crianças. E fala sobre a possibilidade (cada vez "mais próxima") de "lermos" os pensamentos humanos como quem diz que quer lulas para o almoço.
Talvez seja a sabedoria acumulada de quem nasceu em 1938, talvez seja a segurança de alguém que acredita piamente na sua teoria [...].
Não sabemos exactamente por que é que Tim Crow fala assim das suas convicções científicas, mas sabemos que o pensamento antecede o discurso. Mas conseguiremos algum dia aceder ao patamar invisível das ideias, construído algures no nosso cérebro? "Acredito que sim, creio que estamos próximos disso", afirma o investigador da Universidade de Oxford.

Os pensamentos são, em última instância, um conjunto de impulsos eléctricos que atravessam as nossas células nervosas (e os neurónios). Então por que é que ainda não conseguimos descodificá-los? Não podemos seguir esses pequeninos choques que viajam pelo cérebro? "Sim, mas só até um determinado ponto", diz Tim Crow.
O autor de The Speciation of Modern Homo Sapiens explica que a transformação do pensamento em palavras articuladas é um processo sofisticado que depende dos dois hemisférios cerebrais - e daí a dificuldade de seguir-lhes o rasto.

Ideias num lado, fala noutro
"O que eu considero interessante é a coexistência de quatro compartimentos do cérebro que permitem a transformação do pensamento em discurso. Cada compartimento tem uma função diferente, o pensamento e a fala estão associados mas ocupam lugares diferentes da nossa cabeça", esclarece Tim Crow, director honorário do Centro Internacional de Investigação em Esquizofrenia e Depressão Príncipe de Gales.
É como se tivéssemos diferentes gavetinhas dentro do crânio: cada uma acomoda dados e processos diferentes, mas não são divisórias estanques. Os tais compartimentos comunicam-se, apesar de poderem estar na porta direita ou esquerda do guarda-fatos que é o cérebro. Chama-se a isto a lateralização das funções do cérebro, ou seja, a distribuição das actividades cerebrais pelos seus dois hemisférios, dois grandes gomos de massa cinzenta que estão em permanente contacto ou cooperação, embora sejam muito ciosos das suas próprias tarefas.
Para já, conseguimos apenas observar o cérebro consciente a funcionar. E isto não é pouco. Os laboratórios de neurociências envidam cada vez mais esforços para compreender o que se passa dentro de um cérebro vivo e pensante, utilizando para o efeito diferentes técnicas - a análise dos padrões de actividade electromagnética no interior da cabeça, por exemplo, ou a menor ou maior afluência de sangue em zonas distintas dos tecidos nervosos. As tecnologias de imagiologia cerebral de última geração permitem mesmo o estudo de processos cerebrais que duram um milésimo de segundo!

Os dois gomos do cérebro
Parece estranho, mas a famosa teoria de Tim Crow envolve elementos aparentemente desconexos como a psicose e a evolução do homem moderno. O psiquiatra britânico propõe que a origem da maioria dos casos desta doença mental está associada à assimetria do cérebro, uma característica que também está especificamente ligada ao domínio humano da linguagem.
Por outras palavras, a linguagem e a psicose teriam uma origem evolutiva comum: uma mutação genética que permitiu aos dois hemisférios cerebrais funcionar com algum grau de independência. Assim também nasce a frase mais citada do cientista: "A esquizofrenia é o preço que o Homo sapiens tem de pagar pela aquisição da linguagem."
"O aparecimento da linguagem não foi gradual", garante o investigador, que põe assim por terra os dogmas darwinistas da selecção natural ao longo do tempo. Para Tim Crow, a capacidade do homem moderno dominar a linguagem foi fruto de um "acidente genético". Houve uma mutação (a translocação repetitiva do gene da protocaderina) há cerca de 150 mil anos e... tchanan! Um indivíduo do sexo masculino ganhou uma capacidade que nenhum outro tinha e, por isso mesmo, defende Crow, tornou-se um tipo mais interessante para as companheiras da caverna.
Esta alteração foi sendo aprimorada à medida que as mulheres escolhiam os parceiros sexuais mais eloquentes, o que também permitiu a transmissão do erro genético localizado apenas no cromossoma masculino, o Y, para o cromossoma X.
Então quer dizer que o homem começou a falar antes da mulher? "Sim, mas as mulheres são mais rápidas a apreender novas palavras", garante Tim Crow. Isso é o que ele sabe (e o que sabe comenta com tranquilidade, já sabemos) mas há infinitas coisas que ainda não descobriu - e são exactamente essas que fazem os seus olhos brilharem e a sua voz ganhar entusiasmo.
"O ponto crucial é na mudança do X. Ainda não sabemos exactamente quando é que isso aconteceu", lamenta o investigador. Também ainda está por provar, por exemplo, que é o gene responsável pela expressão da protocaderina o responsável pela lateralização do cérebro.
As ideias de Tim Crow são polémicas q.b. A teoria em voga é a de que a linguagem surgiu algures entre sete milhões de anos (quando partilhamos o último antepassado comum com os chimpanzés) e 150 mil anos (origem do Homo sapiens). Quando falamos de linguagem, referimo-nos a uma comunicação sintáctica, algo bem mais complexo do que o canto dos pássaros para avisar que um predador se aproxima.
A incorporação da gramática terá sido a última (e mais decisiva) etapa no desenvolvimento da linguagem. Com ela, as palavras tornam-se legos que podem ser combinadas das mais diversas formas para que possamos expressar as nossas ideias, sentimentos e projectos. E os homens, seja por uma teoria seja por outra, ganharam o dom de filosofar, criar modelos econométricos e até máquinas para ler os pensamentos alheios.

SOARES, Andréia (2007), "Em breve seremos capazes de ler pensamentos". Público - P2, 30 de Novembro, pp. 5-7.

O Estado da Nação

01/02/08 · · 1 comentários

Impossível? Parece que não...




E a caricatura...

breves

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